Bancos propõem apenas reposição da inflação; bancários têm assembleias hoje para analisar proposta


CAMPANHA SALARIAL

Rodada de negociação da Contec com a Fenaban, realizada ontem em São Paulo

Na sexta rodada de negociação, realizada ontem (7), em São Paulo, com a Comissão Executiva Bancária Nacional de Negociação – CEBNN – da Contec (Confederação Nacional dos Bancários), a entidade patronal (Fenaban) apresentou contraproposta oferecendo apenas a reposição da inflação para os salários dos bancários, com base no INPC dos últimos doze meses (setembro/2017 a agosto/2018).

Essa contraproposta foi rejeitada já na mesa pelo comando nacional dos bancários. E hoje (quarta, dia 8), os sindicatos estarão realizando assembleias para analisar a campanha salarial e deliberar sobre a oferta patronal. Nova rodada de negociação da Contec com a Fenaban já está agendada para dia 17 de agosto (sexta-feira da próxima semana), a partir das 14 horas, novamente em São Paulo.

Na negociação de ontem, o Paraná esteve representado pelo presidente da Federação dos Bancários do Paraná e do Sindicato de Cascavel, Gladir Basso, pelo vice-presidente do Seeb de Maringá, Carlos Roberto Rodrigues, e pelo presidente do Seeb de Ponta Grossa, Gilberto Lopes Leite.

“A contraproposta dos bancos não condiz com a realidade. Os cinco maiores bancos tiveram lucro de R$ 77,4 bilhões em 2017 e apenas com a receita obtida com tarifas de serviços bancários conseguem cobrir todos os gastos com o pessoal em 140%”, cita Gladir Basso. Por isso, segundo ele, “vamos insistir em aumento real de salários na reunião do dia 17. Não abriremos mão desse ganho real. E classe precisa estar unida e mobilizada para, se necessário, ir à luta para garantir seus direitos”.

Ainda na sua contraproposta, a Fenaban inclui o pagamento da primeira parcela da PLR ainda no mês de setembro/2018. Entre as cláusulas que pretende alterar, ao fundamento de melhoria da segurança jurídica, a Fenaban destacou a da “estabilidade pré-aposentadoria” e a do “pagamento das horas extras no mês seguinte”.

A CEBNN/Contec destacou na mesa a necessidade de incorporação de percentual a título de produtividade, considerando os expressivos lucros obtidos pelos bancos.

Bancos lucram alto
Mesmo na crise, os bancos ganham, e muito. Em 2017, os cinco maiores bancos que atuam no país (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa), que empregam em torno de 90% da categoria, lucraram juntos R$ 77,4 bilhões, aumento de 33,5% em relação a 2016.

Só no primeiro trimestre deste ano, eles já atingiram R$ 20,3 bi em lucro, 18,7% a mais do que no mesmo período de 2017. E os balanços do semestre já divulgados pelo Itaú, Bradesco e Santander apontam que o ritmo de crescimento se manterá.

Entre 2012 e 2017, o lucro líquido das maiores instituições financeiras no país teve uma variação real positiva de 12%. E o volume das atividades também apresentou crescimento nesse período: a carteira de crédito aumentou 25% acima da inflação e o número de clientes com conta corrente e conta poupança apresentou alta de 9% e 31%. (Foto: Divulgação)


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