BC estuda nova possibilidades de transferências bancárias imediatas


O repasse seria instantâneo e sem restrição de horário, ou seja, o destinatário receberia o valor imediatamente, inclusive nos fins de semana (Hamilton Ferrari)

O Banco Central (BC) estuda facilitar transferências de valores entre contas bancárias. A intenção é criar um sistema mais ágil do que a atual Transferência Eletrônica Disponível (TED) e o Documento de Crédito (DOC). O repasse seria instantâneo e sem restrição de horário, ou seja, o destinatário receberia o valor imediatamente, inclusive nos fins de semana, o que não ocorre atualmente. Com a medida, a autoridade monetária busca reduzir a circulação de dinheiro em espécie e diminuir tarifas.

O modelo já existe em outros países, segundo especialistas. Para o consultor financeiro pessoal Rogério Olegário, a medida é benéfica. “Será uma facilidade para quem recebe. Se você está no vermelho, precisando de dinheiro, não precisará esperar até o dia seguinte para preencher a conta”, explicou. “É uma boa iniciativa. Estranho que não tenha sido tomada antes.”

A bióloga Amarilys Dantas Bezerra, 29 anos, disse que o sistema deve facilitar a movimentação das contas bancárias. “O DOC, e mesmo a TED, demoram muito para entrar. Sempre fico esperando até o dia seguinte”, criticou. Para ela, a alteração vai melhorar as formas de comércio e diminuir a impressão de papel moeda. “O meio ambiente agradece”, ressaltou.
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O estudante Jesus Ariel Menezes, 19, frequentemente precisa transferir dinheiro para a sogra e acha o processo complicado. “Nós ficaremos até mais protegidos, porque não vamos precisar carregar dinheiro”, disse. “Normalmente, ela precisa do dinheiro no momento, mas o valor só entra na conta dela no dia seguinte”, acrescentou.

Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira dos Educadores Financeiros (Abefin), alertou, porém, quanto a fraudes. “A medida pode ser benéfica, mas é muito importante que a regulamentação exija um lastro e documentação para garantir a rastreabilidade do dinheiro”, apontou.

O Banco Central analisa a medida com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A iniciativa faz parte da Agenda BC+. “Os estudos estão em fase preliminar e os resultados devem ser apresentados para apreciação da diretoria colegiada do BC apenas no segundo semestre”, informou a autoridade monetária. (Fonte: Correio Braziliense)


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