BC reduz depósito compulsório exigido de bancos; medida deve liberar R$ 25,7 bilhões


Percentual dos recursos de correntistas dos bancos que devem ser mantidos parados no Banco Central passa de 40% para 25%. Bancos terão mais dinheiro livre para empréstimos.

O Banco Central decidiu nesta quarta-feira (28) reduzir de 40% para 25% a alíquota de recolhimento compulsório pelos bancos nos depósitos à vista.

No caso da poupança, o recolhimento passou de 21% para 20%, na modalidade rural, e de 24,5% para 20%, nas demais modalidades. De acordo com o Banco Central, o novo patamar de recolhimento nos depósitos na poupança voltou ao nível anterior à crise de 2008.

Os novos percentuais entram em vigor em abril.

Quando um correntista faz depósitos à vista, à prazo ou na poupança, o banco é obrigado a guardar parte desse montante em uma conta no BC. Ou seja, esses recursos não podem ser utilizados em outras operações.

O objetivo do depósito compulsório é controlar os recursos disponíveis na economia e, com isso, fazer com que as taxas de juros praticadas pelos bancos fiquem próximas à da taxa de juros básica da economia (Selic).

A redução do percentual do compulsório, portanto, libera mais dinheiro para que os bancos possam, por exemplo, emprestar a seus clientes. O BC estima que, com a decisão desta quarta, serão liberados R$ 25,7 bilhões no sistema financeiro.

Entre os objetivos da medida estão a redução do spread bancário, que é a diferença entre a taxa que o banco paga ao tomar um empréstimo e o que ele cobra ao conceder crédito, e a concessão de crédito mais barato.

"É sempre mais fácil imaginar a redução no spread com os recursos estando diretamente nas instituições [financeiras] e não aqui [depositadas no Banco Central]. Estando nas mãos das instituições, elas podem estudar a melhor forma de usar esses recursos e acreditamos que uma parte significativa vai para o mercado de crédito", disse o chefe do Departamento de Operações Bancárias do BC, Flávio Túlio Vilela.

Além da redução da alíquota, o BC tomou outras medidas em relação ao recolhimento compulsório. Entre elas está o aumento de R$ 70 milhões para R$ 200 milhões de uma espécie de faixa isenta para contabilização de compulsórios. Isto é, o cálculo dos valores que deverão ter um percentual recolhido ao BC só será feito a partir de R$ 200 milhões em depósitos – o que beneficia especialmente os pequenos bancos. (Fonte G1)


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