Desemprego trava avanço de novidade da reforma trabalhista


Perfil dos desligados do primeiro trimestre é quase idêntico ao do mesmo período de 2017 (Maria Cristina Frias)

O pacto entre empregador e trabalhador demissionário, uma das novidades introduzidas pela reforma trabalhista do ano passado foi pouco adotado por causa da ainda alta taxa de desemprego.

Pela regra, a empresa pode fazer acordo e pagar uma multa rescisória menor, e o empregado consegue sacar 80% do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

O perfil dos desligados do primeiro trimestre é quase idêntico ao do mesmo período de 2017, quando não existia a possibilidade: metade dos empregados que saíram tem até 15 anos de serviço, segundo o Ministério do Trabalho.
“Esse ponto da lei pressupõe intenção por parte do trabalhador em pedir demissão, e a tendência, agora, é que haja poucos  casos assim”, diz Clemente Ganz Lúcio, coordenador do Dieese (departamento intersindical de estudos).

Em março foram 13,5 mil acordos como esse, mas o número de desligados foi de aproximadamente 1,3 milhão.

“Foi uma quantidade pífia”, diz Ivo Dall’Acqua Junior, vice-presidente da FecomércioSP. Outras inovações das novas regras, como os contratos intermitentes, também foram timidamente adotadas, afirma.

Em parte, isso se deve à pouca familiaridade com as novas regras, mas ele também aponta outro fator: o diálogo entre os sindicatos patronal e de empregados se deteriorou.

“Houve um impacto na relação causado pela questão da contribuição sindical. Não deu para conversar sobre acordos, horário flexível, contrato intermitente e outros temas.”

Tetra Pak quer faturar mais com máquinas e serviços no país
A Tetra Pak, multinacional sueca do ramo de embalagens, quer aumentar a proporção da venda de máquinas e serviços no seu faturamento no Brasil.

O setor de recipientes para alimentos líquidos ainda representa 70% da receita no país.

“A tendência é esse mercado seguir em alta [com a retomada da economia], mas os outros negócios crescerão mais rápido. O ritmo desses segmentos é de dois dígitos ao ano”, diz o CEO, Marcelo Queiroz.

“Vendemos máquinas e soluções para todo o processo de fabricação, desde a recepção da matéria-prima até insumos como colas e o serviço de gestão de fábrica.”

Uma das áreas que têm tido melhores resultados é o de manutenção de máquinas.

“Temos cada vez mais contratos de longo prazo em vez de serviços pontuais. São cerca de 250 clientes com esse tipo de serviço”, afirma o executivo.

A companhia voltou a divulgar sua receita no país após três anos —foi de R$ 5,4 bilhões em 2017, valor 4% maior que o registrado no ano anterior. A projeção é que o crescimento de 2018 seja similar.

2
são as fábricas no país

1.700
é o número de funcionários

Carteira assinada no pedaço
A indústria de eletroeletrônicos registrou saldo positivo de 4,6 mil empregos no primeiro trimestre deste ano, segundo a Abinee (associação do setor).

O número é 57,3% maior que o do ano passado e recorde para o período desde 2013.

O resultado foi influenciado pelo resultado de janeiro e fevereiro, que concentraram as admissões. Em março, foram 502 novos empregos.

No acumulado dos 12 meses até março, o segmento gerou 3 mil postos de trabalho.

“A retomada da economia ainda é lenta, mas o segmento tem reagido bem. A tendência é que geremos ao menos 500 empregos ao mês até o fim de 2018”, diz o presidente da entidade, Humberto Barbato.

Mesmo com o dado, contudo, a indústria do segmento ainda não recuperou os níveis de empregabilidade pré-crise. São 238 mil funcionários atualmente, contra 294 em 2014.

“Usamos em média 70% da capacidade produtiva instalada. Dá para empregar mais, mas só será possível chegar ao patamar anterior à recessão com aumento das exportações”, afirma.

Mais energia, menos economia
O Brasil desperdiçou 60 mil GWh de energia em 2017, o maior número desde 2008, quando a Abesco (associação do setor) iniciou o monitoramento dos dados.

O cálculo é feito a partir do que poderia ser economizado com o que há de tecnologias disponíveis no mercado.

O desperdício cresce porque o consumidor não adota o que há de equipamento mais moderno e econômico, diz Alexandre Moana, presidente da entidade.

Faltam mais campanhas, afirma Lucas Rodrigues, analista da Safira. “A Aneel (agência do setor) até tem material, mas não é de fácil acesso.” (Fonte: Folha.com)


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