Mercado financeiro prevê inflação de 4,15% para 2018



Boletim Focus também divulgou que mercado espera crescimento menor do PIB e aumento da taxa Selic no longo prazo. Cotação do dólar segue estável

Depois de oito semanas de altas consecutivas na expectativa para a inflação deste ano, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central reduziram a projeção para a inflação de 2018. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,17% para 4,15%, segundo o Boletim Focus, publicação elaborada com base numa pesquisa realizada semanalmente pelo BC.

Ainda segundo o Boletim Focus , as mesmas instituições financeiras consultadas também estimaram que o IPCA (principal indicador da inflação no Brasil) de 2019 deverá ser de 4,10%, mesmo valor estimado há quatro semanas. Já para 2020 e 2021, a inflação deverá ser de 4%.

Se as projeções se confirmarem, a inflação oficial de 2018 deverá ficar abaixo do centro da meta estabelecida e perseguida pelo BC. Isso porque o centro da meta estabelecida pela equipe econômica do governo federal é de 4,5%. O sistema de metas, porém, também prevê uma margem de 1.5 ponto percentual para mais ou para menos, sendo assim, os 4,15% estimados pelo mercado estão dentro dos limites de 3% a 6% para 2018.

Já para 2019, a previsão oficial do BC de 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. Para 2020, a meta é de 4% (com intervalo de tolerância de 2,5% a 5,5%) e para 2021, de 3,75% (com tolerância de 2,25% a 5,25% ao ano). As estimativas para os dois próximos anos, porém, poderão ser revistas pela equipe econômica do próximo governo que será escolhido nas eleições presidenciais de outubro.

Ajustes de acordo com o Boletim Focus
Para alcançar a meta de inflação, além de utilizar como termômetro a previsão gerada pelo Boletim Focus, o BC usa como instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,5% ao ano.

Nesse caso, para as instituições financeiras consultadas, a Selic deve permanecer em 6,5% ao ano até o final de 2018, mas para 2019, a expectativa é de que a Selic volte a crescer terminando em 8% ao ano.

Aumentando a taxa básica de juros, o mercado financeiro espera que o Cômite de Política Monetária (Copom) contenha a demanda de consumo já que isso causa reflexo nos preços já que o juros mais altos encarecem o crédito e estimulam os rendimentos da poupança e de outros investimentos.

Já quando o Copom diminui os juros básicos da economia, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação. Sendo assim, a manutenção da Selic no mesmo patamar atual, como prevê e torce o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta da inflação oficial de 2018.

Expectativa da atividade econômica também foi reduzida
O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira ainda apontou uma estimativa de redução no ritmo de crescimento do país medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzido no país. Segundo o mercado financeiro, a expectativa agora é que o PIB brasileiro em 2018 seja de 1,50% e não mais de 1,53% como projetado na semana passada. Nesse caso, porém, o governo ainda projeta um crescimento em torno de 2,5%.

A expectativa pode ter sido afetada pelo resultado divulgado também nessa segunda-feira de que a atividade econômica do mês de maio foi 3,34% menor do que no mês de abril , em grande parte graças à crise de desabastecimento provocada pela greve dos caminhoneiros.

Ainda segundo o Boletim Focus , o mercado financeiro prevê um PIB de 2,5% para 2019, 2020 e 2021. Já sobre a cotação do dólar, as instituições financeiras consultadas pelo BC esperam que a moeda americana permanece cotada em R$ 3,70 no final deste ano, R$ 3,60 no fim de 2019 e R$ 3,68 ao término de 2020. (Fonte: Brasil Econômico)


COMPARTILHAR