Ministério Público investiga suposto vazamento de dados de clientes do Banco Inter


MPDFT quer que o Banco Inter informe se foi realmente constatado algum tipo de incidente de segurança relacionado à base de dados de clientes do banco

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) abriu um inquérito para investigar o suposto vazamento de dados de clientes do Banco Inter, um dos principais bancos digitais do país. A investigação foi instaurada após o site de tecnologia Tecmundo divulgar que um hacker teria supostamente obtido os dados de 400 mil clientes do banco. O Inter, porém, nega o vazamento de dados.

Segundo o Tecmundo, um hacker que atende pelo nome John teria enviado à reportagem um “manifesto” de 18 páginas detalhando como teria obtido os dados e suas motivações, e um arquivo criptografado de 40 GB contendo dados pessoais de cerca de 400 mil clientes, imagens de cheques, registros de transações e chaves de segurança e senhas de 100 mil clientes. Esse hacker teria tentado extorquir o Banco Inter para evitar a divulgação dos dados dos clientes. Como o pagamento não foi feito, a informação foi divulgada à imprensa.

Em nota, o Banco Inter confirmou que foi vítima de tentativa de extorsão e que “imediatamente constatou que não houve comprometimento da segurança no ambiente externo e nem dano à sua estrutura tecnológica”. A companhia esclareceu, ainda, que comunicou o fato às autoridades competentes e que a investigação corria em sigilo.

A investigação
Na sexta-feira, o MPDFT, que está investigando o caso, expediu um ofício ao banco requisitando informações sobre o incidente. O órgão pede que o banco informe se foi realmente constatado algum tipo de incidente de segurança relacionado à base de dados do banco, sua natureza e as medidas que foram tomadas, além de quantos clientes ou colaboradores foram afetados.

Segundo o promotor de Justiça Frederico Meinberg, coordenador da comissão do MPDFT que investiga o caso, “o Ministério Público entende que vazamento de dados envolvendo companhias abertas configura fato relevante capaz de influir de modo ponderável na cotação dos valores mobiliários, por isso a determinação de oficiar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informando sobre a instauração do inquérito civil público”.

Na última segunda-feira de abril (30), o Banco Inter abriu capital na Bolsa, levantando R$ 721 milhões em seu primeira oferta pública de ações (IPO, na sigla em inlgês) e atingindo valor de mercado de R$ 1,9 bilhão. A meta do banco, que oferece conta digital, é alcançar 1 milhão de clientes até o fim do ano. (Fonte: Gazeta do Povo)


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