Prévia da inflação acelera para 0,72% em abril, a maior para o mês desde 2015



Em 12 meses, IPCA-15 subiu para 4,71%. Gasolina e tomate foram os itens que mais pressionaram o índice no mês. (Por Darlan Alvarenga, G1)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, acelerou para 0,72% em abril, pressionado principalmente pela alta dos preços de combustíveis e alimentos, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se da maior variação para um mês de abril desde 2015, quando o índice foi de 1,07%. Essa é também a taxa mais alta desde junho de 2018 (1,11%), quando o índice foi impactado pela greve dos caminhoneiros.

Pesquisa da agência Reuters com economistas estimava alta de 0,69% para o período.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,91% e, em 12 meses, o índice ficou em 4,71%, acima dos 4,18% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores e acima da meta central do governo para a inflação de 2019.

Gasolina e tomate puxam alta
Segundo o IBGE, os preços do grupo transportes tiveram a maior variação no período (1,31%), exercendo o maior impacto sobre o IPCA-15, de 0,24 ponto percentual (p.p.). A segunda maior pressão sobre o índice foi do grupo alimentação e bebidas, com uma alta média de 0,92% em abril e impacto de 0,23 ponto percentual.

A maior pressão individual no mês foi da gasolina, que subiu 3,22%, respondendo sozinha por 0,14 p.p. do IPCA-15 de abril. Em 12 meses, a alta da gasolina chega a 3,91%.

O etanol subiu 2,74% e diesel teve alta de 1,06%. Já as passagens aéreas subiram 5,54%, embora tenham desacelerado em relação ao mês anterior, quando a alta foi de 7,54%.

Entre os alimentos, o destaque de alta ficou com o tomate (27,84%), segunda maior contribuição individual no índice do mês, com 0,07 ponto percentual. Em 12 meses, a alta do tomate chega a 45,91%.

]Outros preços que pesaram na inflação de abril foram cebola (13,44%), batata-inglesa (25,59%), frutas (3,36%), carnes (1,55%) e alimentação no domicílio (1,43%).

Veja as variações dos 9 grupos pesquisados:

Alimentação e bebidas: 0,92%
Habitação: 0,36%
Artigos de residência: 0,41%
Vestuário: 0,57%
Transportes: 1,31%
Saúde e cuidados pessoais: 1,13%
Despesas pessoais: 0,12%
Educação: 0,06%
Comunicação: -0,05%


No que diz respeito aos índices regionais, 8 das 11 áreas pesquisadas tiveram aceleração no nível de preços de março para abril. O menor índice foi registrado em Goiânia (-0,01%) – única área com deflação. Já o maior resultado foi na região metropolitana de Porto Alegre (1,27%). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, houve alta de 0,72% e 0,75%, respectivamente.

Perspectivas e meta de inflação
A meta central de inflação deste ano é de 4,25%, e o intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que estacionada há quase um ano na mínima histórica de 6,5%.

Os analistas das instituições financeiras projetam uma inflação abaixo do centro da meta do governo, com uma taxa de 4,01% em 2019, indo a 4% em 2020, segundo a última pesquisa "Focus".

No mês passado, o Banco Central avaliou que a inflação acumulada em 12 meses deve atingir um pico em torno de abril ou maio, para depois recuar para patamar abaixo do centro da meta deste ano.

A inflação mais alta neste começo de ano ainda não chega a preocupar os analistas, mas torna mais difícil, pelo menos por enquanto, uma redução adicional da taxa juros pelo Banco Central.

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Metodologia
Para o cálculo do IPCA-15, foram coletados preços no período de16 de março a 12 de abril, e comparados com aqueles vigentes de 13 de fevereiro a 15 de março de 2019. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerado a inflação oficial do país. A diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica. (Fonte: G1)


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