Seminário debate o adoecimento de trabalhadores da Caixa


Valfrido Oliveira, diretor da Federação dos Bancários do Estado do Paraná para Assuntos da Caixa e, Marcia Krambeck, representante dos empregados no Conselho de Usuários do Saúde Caixa, durante o seminário em Brasília

Realizado ontem (25), em Brasília, o I Seminário sobre Saúde Mental dos Trabalhadores da Caixa. A Federação dos Bancários do Estado do Paraná (Feeb-PR) e seus sindicatos filiados foram representados neste evento por Valfrido Oliveira, diretor para Assuntos da Caixa, e Marcia Krambeck, representante dos empregados no Conselho de Usuários do Saúde Caixa.

Essa discussão sobre a saúde mental do trabalhador vem num momento crucial, em que os índices de adoecimento mental dos trabalhadores da Caixa crescem vertiginosamente.  

São muitos os fatores que contribuem para o adoecimento do trabalhador. Com as tecnologias hoje em ação, a jornada de trabalho inexiste, o trabalhador está disponível 24 horas por dia e quem não está, é visto com maus olhos. Além disso, a diminuição de pausas para almoço, cafezinho, eventualmente um alongamento e a exigência cada vez maior da entrega do resultado e a ameaça do desemprego torna o dia-a-dia desse trabalhador insustentável.

Esse modelo de gestão desencadeia um efeito dominó, onde a hierarquia fala mais alto, e a pressão vem descendo os diversos níveis até chegar na ponta, onde tende a explodir, e acontecem os suicídios, o alcoolismo e até a ruptura familiar. A prática do assédio moral se institucionalizou a partir do encorajamento de um modelo de gestão fundado em maus tratos, com ameaça dos gestores de forma abusiva, intencional, frequente e repetida. No trabalho do bancário, esse assédio é traduzido na política de metas, cobranças constantes por resultados.

As entidades representativas devem apresentar proposições de políticas e práticas sindicais e institucionais de prevenção das psicopatologias do trabalho na Caixa. E que tenham como alvo principal a prevenção de agravos à saúde, por meio da luta por melhores condições de trabalho.  

Criar condições de trabalho que estimulem a solidariedade para que cada um possa olhar para os lados e enxergar o sofrimento dos colegas, ouvir o grito silencioso dos trabalhadores que sofrem. As pessoas não têm sido escutadas e isso é muito grave. É preciso reconhecer o sofrimento no trabalho que essa nova onda de “urgência” tem imposto ao bancário não só da Caixa mas do sistema como um todo. (Foto: Divulgação)


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