Teremos mudanças radicais no sistema bancário de 2025 acredita Campos Neto
Presidente do Banco Central em fim de mandato, Campos Neto acredita em mudança radical do sistema a partir do próximo ano (Por Raphael Coraccini Repórter da Inteligência Financeira) - foto divulgação -
O tom de Roberto Campos Neto foi de despedida em evento em São Paulo, onde falou sobre algumas das suas principais ações como presidente do Banco Central. Um dos pontos destacados foi a concretização do open finance, que pode abrir caminho para uma mudança radical da forma como se consome serviços financeiros já a partir do ano que vem, quando ele não estará mais no comando do BC.
“No final de 2025 a gente já vai ter alguns agregadores, alguns superapps, ou como algumas pessoas gostam de chamar, marketplace de finanças. Você não vai ter mais um app de cada banco, vai ter um app sincronizado com seus dados centralizados e uma experiência muito mais rica”, avaliou Campos Neto em evento da ANFIDC.
Além disso, Campos Neto relacionou o Pix ao aumento da bancarização em seu mandato.
Campos Neto defende marketplace de finanças
Então, Campos Neto entende que esse marketplace de finanças poderá oferecer “spread melhor, preço melhor e outras ferramentas como monetização de dados”, acrescenta.
“Uma coisa que a gente não conseguiu resolver como sociedade é que as pessoas produzem dados ao longo da vida, mas não conseguem monetizar esses dados”, avalia Campos Neto.
Dados podem ser ‘poupança’
Dessa forma, o presidente do BC diz que a forma correta de pensar em dados é compará-los a uma poupança.
Assim, o raciocínio dele é que dados são importantes para uma empresa. Assim, ela pode entender padrões de consumo. Por isso, os donos devem ser remunerados.
Dessa maneira, ele relaciona esse novo potencial de o cliente lucrar com a dinâmica desses novos marketplaces, substituindo apps de bancos.
“A ideia é tokenizar os dados. E já temos algumas empresas trabalhando nisso”.
Ao falar sobre tokenização, ele se refere ao processo de transformar dados sensíveis em acessíveis para que as pessoas não sejam identificadas, mas permitindo que companhias entendam o comportamento geral da sua base de clientes por meio da anonimização dos dados.
Inteligência artificial
Campos Neto falou ainda sobre o papel da inteligência artificial nessa nova fase de financeirização das informações.
Dessa maneira, ele menciona a IA preditiva como uma tecnologia capaz de acrescentar eficiência a cálculos de risco. Além disso, falou que IA generativa deve gerar “contribuição muito grande em termos de aconselhamento financeiro”, com a tecnologia assumindo cada vez mais a figura de “grande advisor”. (Fonte: Inteligência Financeira)
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