Justiça bloqueia R$ 500 mi de banqueiros acusados de ocultar ativos em paraíso fiscal


Polícia de SP cumpre mandados contra empresários ligados ao FPB Bank e à MRCP Participações; Justiça vê indícios de estelionato e lavagem de dinheiro (Por Paulo Barros) - foto divulgação - 

A Polícia Civil de São Paulo deflagrou nesta quarta-feira (23) a operação “Floresta Devastada”, que mira banqueiros e executivos acusados de desviar dinheiro de clientes para uma offshore em Belize. A Justiça autorizou o sequestro de bens dos investigados até o limite de R$ 500 milhões.

Entre os alvos estão o banqueiro Nelson Nogueira Pinheiro e seus irmãos, Noberto e Jaime Nogueira Pinheiro Filho, sócios da MRCP Participações S/A. Os mandados de busca e apreensão atingem nove endereços ligados ao grupo, incluindo imóveis, obras de arte, joias, dinheiro em espécie, documentos e equipamentos eletrônicos.

A 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens decretou o bloqueio de bens de 16 pessoas físicas e 19 empresas. Entre estas, estão o FPB Bank Inc, do Panamá, a Brickell Participações S/A, e a Ducoco Produtos Alimentícios SA — esta última com dívidas superiores a R$ 667 milhões e em recuperação judicial.

Segundo a Polícia Civil, o FPB Bank transferiu investimentos de clientes para uma offshore em Belize sem autorização e não devolveu os valores. A suspeita é de que os recursos tenham sido direcionados a empresas do grupo em paraísos fiscais.

As investigações tiveram início em 2023, após suspeitas de fraude no processo de recuperação extrajudicial da Brickell Participações. A Justiça de São Paulo já havia revogado o plano aprovado inicialmente em 2019.

O Ministério Público de São Paulo aponta indícios de estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Duas vítimas que prestaram depoimento à polícia relataram prejuízos de cerca de R$ 130 milhões.

A Ducoco, também controlada por Nelson Pinheiro, foi vendida à Malibu Holding SA em operação judicialmente contestada. Já o FPB Bank foi liquidado em 2017, após intervenção da Superintendência de Bancos do Panamá.

Noberto Nogueira Pinheiro, um dos investigados, é também o controlador do Banco Pine, de médio porte, fundado em 1997, e que teve IPO realizado em 2007.

Em nota ao InfoMoney, o banco Pine afirmou que “desde 2005, quando Nelson Pinheiro encerrou sua participação como sócio minoritário do Banco Pine, a instituição não mantém qualquer vínculo com o empresário ou com suas atividades”.

O banco observa ainda que “a menção de Noberto Pinheiro na operação ocorre pela participação minoritária em uma holding patrimonial familiar constituída pela matriarca da família para fins de planejamento sucessório, da qual Nelson faz parte juntamente aos demais herdeiros”.

“Noberto Pinheiro permanece à disposição das autoridades competentes para prestar quaisquer esclarecimentos necessários”, finaliza o comunicado. (Fonte: InfoMoney)

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