Bar e mercearia ‘Barmerindus’ faz sucesso há 30 anos na região de Curitiba


Barmerindus funciona há 30 anos, em Pinhais (Por Gustavo Marques) - foto divulgação - 

O jingle “O tempo passa, o tempo voa. E a Poupança Bamerindus continua numa boa. É a Poupança Bamerindus”, ecoou por milhões de TVs de tubo no Brasil, no início da década de 1990. O banco paranaense enfrentou dificuldades a partir de 1993 e foi extinto em 1998, mas em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, um barzinho simpático atrai clientes saudosistas e ávidos por bons momentos em um pequeno balcão atendido pela Dona Elza. O comércio tem o nome de “Barmerindus”.

O bar e também mercearia está localizado na Rua Rio Ivaí, no bairro Weissópolis, ponto bem conhecido dos moradores de Pinhais. A fachada é simples, mas dentro do imóvel reside uma grande mulher, que segue o legado do marido José Mauricio, falecido há três anos. Foi dele a ideia de colocar o nome de Barmerindus no estabelecimento, uma homenagem ao banco paranaense fundado na região do norte pioneiro. “Ele era cliente do banco e quando fechou a porta, decidiu fazer essa homenagem ao abrir esse bar. Ele era bem tratado pela gerência, gostava muito de ir. Já estamos aqui há 30 anos, uma vida”, diz Elza.

A fama de ser um “banco que serve uma cerveja gelada ou uma cachacinha” atrai para o bar clientes de vários lugares e de diferentes gerações. “Tem gente que frequenta aqui desde o início. Brincam que irão depositar dinheiro no banco ou mesmo retirar o investimento. São pessoas de conhecem a gente, sou meio que médica, psicóloga e comerciante aqui. Falo que foi no balcão que eu e o José criamos nossos filhos. Tenho orgulho do bar/banco”, brincou Elza que trabalha todos os dias das 7h às 20 horas.

A clientela do Barmerindus é daquelas bem tradicionais de boteco, local em que todos são especialistas de qualquer assunto. Cotovelo no balcão, petisco e cerveja na mão para aliviar a tensão do dia a dia. Felipe da Silva, 30 anos, é vendedor de refrigerante e frequentador assíduo do Barmerindus. “Eu morava na rua de trás, e moro hoje em Piraquara, mas não deixo de vir aqui. Tenho um carinho muito especial pela família da Dona Elza. Ela sabe muitas coisas que nem a minha família tem noção. Aqui é diferenciado”, elogiou Felipe.

O que foi o Bamerindus?
O Bamerindus foi um banco que fez história em vários sentidos na vida do paranaense. A origem da instituição ocorreu com a crise econômica mundial de 1929, conhecida como “A Grande Depressão”. Naquele ano, com o auxílio de amigos, um contador chamado Avelino Antônio Vieira decidiu fundar uma empresa bancária em Tomazina, munícipio da região norte do Paraná, chamada de Banco Popular e Agrícola do Norte do Paraná (BPA).

Quinze anos depois, em 1944, o banco foi incorporado ao Banco Comercial do Paraná, do qual Avelino tornou-se diretor comercial. A mudança de nome só ocorreu em 1951, época em que existiam quatro agências e a instituição passou a ser conhecida como Banco Mercantil e Industrial do Paraná SA.

Em 1971, surgiu a ideia de mesclar o nome e reduzi-lo para Banco Bamerindus do Brasil S/A. Nesta época, o negócio decolou. O banco se consolidou como uma das maiores instituições bancárias da América do Sul nas décadas de 1970 e 1980. Já sob a presidência de José Eduardo de Andrade Vieira, filho de Avelino Vieira, o Zé do Chapéu, o Bamerindus chegou a ter mais de mil agências em 1989.

A queda do Banco Bamerindus começou em 1993, quando a instituição passou a enfrentar problemas financeiros e entrou no cadastro de devedores da União, com uma dívida superior a 7 bilhões e meio de cruzeiros (aproximadamente R$ 2,5 milhões em valores atuais).

Os ativos saudáveis do Bamerindus foram vendidos ao banco britânico HSBC, que assumiu as 1.241 agências do Bamerindus no Brasil. Os imóveis e os empréstimos que a empresa teria a receber viraram massa falida. (Fonte: Tribuna do Paraná)

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