Falta trabalho para 27,7 milhões de brasileiros, calcula IBGE
Tanto a taxa de composta de subutilização da força de trabalho quanto o contingente de pessoas nessa situação registraram nível recorde da série histórica, iniciada em 2012 (Hamilton Ferrari - Especial para o Correio)
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) trimestral divulgada, na manhã desta quinta-feira (17/5), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que falta trabalho para 27,7 milhões de brasileiros.
No primeiro trimestre do ano, a “taxa de subutilização” da força de trabalho foi a maior da série histórica, iniciada em 2012: 24,7%.
As pessoas que estão nesse índice são os desempregados que estão em busca de uma vaga, também aqueles que não estão procurando emprego e, por fim, os subocupados (trabalham menos de 40 horas semanais).
No país, há 13,7 milhões de trabalhadores desempregados. Para entrar na estatística, a pessoa precisa declarar que procurou emprego nos últimos 30 dias. Há 6,2 milhões de subocupados.
O IBGE mostrou que 7,8 milhões de pessoas que poderiam trabalhar não estão procurando emprego. Nesse contingente, há 4,6 milhões de desalentados, que são aqueles que desistiram de procurar emprego por motivos diversos. Do restante (3,2 milhões), são pessoas que estão indisponíveis no momento para o trabalho, como mulheres que deixaram o emprego para cuidar dos filhos.
O número de desalentados foi o recorde da série histórica. A maior parte deles está no Nordeste (60,6%), com destaques para a Bahia (805 mil) e o Maranhão (430 mil).
Dos desempregados, o índice é maior para pretos (16%) e pardos (15,1%). Os brancos tiveram a taxa de desocupação em 10,5% no período.
As mulheres (que representam a maioria da população em idade de trabalhar - 52,4%) tiveram uma taxa de desemprego de 15%, maior que o de homens, que registrou 11,6%.
A PNAD revelou ainda que caiu o número de trabalhadores com carteira assinada, saindo de 76,6% para 75,4%, ou seja, recuo de 1,2 ponto percentual. Isso significa uma redução de 408 mil postos de trabalhos formais.
Ao todo, são 32,9 milhões com empregos de carteira assinada, o menor de toda a série histórica. (Fonte: Correio Braziliense)