Lucro do Itaú cresce e vai a R$ 7,034 bi no 2º trimestre


O pagamento de dividendos aos acionistas será no valor de R$ 0,7869 por ação, para posição acionária de 15 de agosto (Aline Bronzati e Fátima Laranjeira)

O Itaú Unibanco obteve lucro líquido recorrente de R$ 7,034 bilhões no segundo trimestre deste ano, cifra 10,2% maior que a vista no mesmo intervalo de 2018, de R$ 6,382 bilhões. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, quando o resultado foi de R$ 6,877 bilhões, o aumento foi de 2,3%.

O Itaú destaca, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, que dentre os destaques do segundo trimestre está a expansão das carteiras de crédito de pessoas físicas e de micro, pequenas e médias empresas que levou ao crescimento de 2,8% da margem financeira com clientes. Cita ainda o aumento de 5,1% da receita com prestação de serviços em função de maiores ganhos com administração de fundos e serviços de assessoria econômico-financeira. "Esses efeitos foram parcialmente compensados por aumento das despesas não decorrentes de juros e do custo do crédito", complementa o banco.

Lucro líquido recorrente do banco teve alta de 10,2% em um ano Foto: Daniel Teixeira/Estadão
A carteira de crédito do Itaú somou R$ 659,7 bilhões no fim de junho, elevação de 2,0% em relação a março. Em um ano, cresceu 5,9%. No segundo trimestre, o destaque na carteira do banco foram as micro, pequenas e médias empresas, com avanço de 5,3% ante os três meses anteriores e 19,0% em um ano, e ainda pessoas físicas, com altas de 3,1% e 14,0%, respectivamente. Já o crédito para grandes empresas subiu 1,5% no segundo trimestre ante o primeiro, mas encolheu 1,8% em 12 meses.

O Itaú Unibanco somava R$ 1,678 trilhão em ativos totais ao fim de junho, expansão de 8,8% ante um ano, de R$ 1,542 trilhão. Ante os três meses anteriores, de R$ 1,651 trilhão, foi identificado incremento de 1,6%.

O patrimônio líquido do Itaú era de R$ 125,737 bilhões no segundo trimestre, elevação de 3,3% em um ano e de 4,9% no comparativo trimestral. Já a rentabilidade recorrente sobre o patrimônio líquido médio do banco (ROE, na sigla em inglês) era de 23,5% ao fim de junho ante 23,6% em março e 21,6% um ano antes.

"Com o bom encaminhamento da Reforma da Previdência e a consequente redução das incertezas em relação à sustentabilidade fiscal do País, acreditamos que a economia brasileira dará início a um processo gradual de recuperação. Além da rentabilidade, concentramos nossos esforços em fortalecer uma cultura na qual a satisfação do cliente ocupe papel central", diz o presidente do Itaú, Candido Bracher, em nota à imprensa.

O Itaú comenta seus resultados do segundo trimestre na terça-feira, dia 30, às 8h30, em teleconferência com jornalistas. Às 10 horas, a conversa será com analistas e investidores estrangeiros e, às 11h30, com os locais.

Dividendos
O Itaú Unibanco aprovou, nesta segunda-feira, 29, o pagamento de dividendos aos acionistas, no valor de R$ 0,7869 por ação (dos quais R$ 0,2393 por ação por conta do dividendo obrigatório do exercício de 2019), complementares aos pagos mensalmente durante o primeiro semestre. A distribuição terá como base de cálculo a posição acionária do dia 15 de agosto. Os dividendos serão pagos em 23 de agosto.

Despesas
As despesas não decorrentes de juros do Itaú Unibanco totalizaram R$ 12,669 bilhões no segundo trimestre deste ano, cifra 3,3% maior que a vista um ano antes. Com tal desempenho, o banco conseguiu crescer seus gastos em ritmo levemente inferior ao avanço de suas receitas com prestação de serviços. Os ganhos foram a R$ 10,738 bilhões de abril a junho, alta de 3,5% ante um ano.

Sem considerar o resultado de seguros, as receitas de prestação de serviços do Itaú somaram R$ 9,063 bilhões no segundo trimestre, elevação de 3,9% em um ano. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, foi vista alta de 5,1%.

Dentre os destaques no período, o Itaú cita ganhos com assessoria financeira e corretagem, que tiveram alta de 63,7% no segundo trimestre ante o primeiro e 46,4% em um ano. O banco também menciona a linha de administração de recursos, com altas de 19,1% e 14,9%, respectivamente.

Por outro lado, o Itaú viu suas receitas com cartões se reduzirem em 2,7% no segundo trimestre ante o primeiro e 1,7% em um ano. Apesar de os ganhos terem crescido com a emissão de plásticos, o segmento de adquirência, no qual atua por meio da Rede, puxou o desempenho para o terreno negativo.

“A nova proposta comercial de adquirência, que estabeleceu o fim da taxa de antecipação nas operações de cartão de crédito à vista para clientes elegíveis, e a evolução da Pop Credicard contribuíram para o aumento na base de equipamentos de 7,1% no trimestre e de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior”, acrescenta o Itaú, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.

Inadimplência
A inadimplência, considerando atrasos acima de 90 dias, ficou em 2,9% ao fim de junho, 0,1 ponto porcentual menor que março, quando era de 3,0%. A queda foi possível, conforme o banco, por conta da melhora dos calotes nas áreas de grandes e de micro, pequenas e médias empresas no Brasil.

Já a inadimplência da América Latina, segundo o Itaú, manteve-se estável no trimestre, com aumento na Colômbia compensada por uma redução no Chile.

O calote de curto prazo, que compreende atrasos de 15 dias a 90 dias, ficou estável a 2,5% ao fim de junho ante março. Enquanto micro, pequena e média empresa teve inadimplência estável no período, a pessoa física melhorou 0,2 ponto porcentual.

Na contramão, pessoa jurídica teve alta de 0,7% em março para 0,9% em junho. O Itaú Unibanco é o segundo banco privado mais exposto à Odebrecht, que entrou com pedido de recuperação judicial no mês passado. O banco tem exposição de R$ 3,982 bilhões, sendo que R$ 3,505 bilhões são extraconcursais, garantidos por ações da Braskem.

O custo do crédito do Itaú foi a R$ 4,044 bilhões no segundo trimestre, aumento de 12,3% em um ano. Ante o trimestre anterior, cresceu 6,3%. "O aumento de 6,3% no trimestre se deve ao aumento das despesas de provisão e dos descontos concedidos no Banco de Varejo no Brasil", explica o Itaú, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.

As despesas para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, foram a R$ 4,407 bilhões no segundo trimestre, aumento de 3,2% em um ano, quando estavam em R$ 4,271 bilhões. Ante os três meses anteriores, a elevação foi de 4,8%. "Esse aumento nas despesas de provisão está principalmente relacionado ao crescimento da carteira de crédito de pessoas físicas no período", justifica o banco. (Fonte: Estadão)


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