Lucro líquido do Banrisul sobe 31,6% no terceiro trimestre de 2018



(Por Patrícia Comunello)

O Banrisul registrou alta de 31,6% no lucro líquido no terceiro trimestre de 2018, frente ao mesmo período de 2017, chegando a R$ 290,2 milhões, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (13). No ano, somando três trimestres, o ganho líquido avançou 48,4%, fechando em R$ 796,1 milhões nos nove meses de 2018. Em relação ao segundo trimestre do ano, o crescimento no resultado ficou em 10,8%. O resultado foi superior ao esperado pelo mercado.  

Pelos dados disponíveis na área de relações com investidores no site do banco, o lucro líquido recorrente (que exclui receitas ou despesas extraordinárias) subiu 35,4% em três trimestres. Outro dado que chama a atenção é a queda gradativa do índice de inadimplência de 90 dias, que ficou em 2,91% em setembro, abaixo dos 3,37% do segundo trimestre e dos 4,30% do terceiro trimestre de 2017.

A direção do banco atribuiu o desempenho no terceiro trimestre à expansão da margem financeira, à ampliação das despesas administrativas, pela retração das despesas com Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) e ao crescimento de outras despesas operacionais.

No ano, fatores como margem financeira maior, menor fluxo de despesas de PDD e aumento das receitas de tarifas e serviços pesaram para os resultados. A margem financeira, por exemplo, somou R$ 4,1 bilhões em nove meses, aumento de 8,6%. Somente no terceiro trimestre, a margem financeira totalizou R$ 1,4 bilhões, alta de 6,8%.

Item que pesou no desempenho a despesa de provisão para perdas em operações de crédito teve recuo de 23,9% de janeiro a setembro, ficando em R$ 830,2 milhões, R$ 261,2 milhões abaixo do valor do mesmo período de 2017.

Somente as receitas de prestação de serviços e de tarifas bancárias alcançaram R$ 1,4 bilhão em três trimestres, alta de 9,3%. Nesta conta, as receitas que mais ajudaram no resultado foram oriundas de tarifas de conta corrente, de seguros, previdência e capitalização, de cartão de crédito e da rede de adquirência. No terceiro trimestre, serviços e tarifas bancárias injetaram no banco R$ 465,2 milhões.

Já as despesas administrativas, formadas por gastos com pessoal e outras despesas administrativas, somaram R$ 2,8 bilhões em nove meses, aumento de 3,8%. Essas despesas cresceram 3,4% no terceiro trimestre. A despesa com pessoal cresceu 5,4% em três trimestres e foi impactada pelo acordo coletivo dos bancários. Mesmo com estas altas, o Índice de Eficiência Recorrente, relação entre despesas de pessoal e despesas administrativas e receitas de prestação de serviços, caiu, saindo de 54,7% de janeiro a setembro de 2017, para 51,8%, mantendo o mesmo nível do segundo trimestre deste ano. Quanto menor o índice, mais eficiente é a operação.

Segundo o balanço, os ativos totais do Banrisul alcançaram R$ 75,8 bilhões em setembro, com alta de 6,3% ou R$ 4,5 bilhões a mais em relação a setembro de 2017. O valor ficou estável frente a junho de 2018. Maior captação de recursos (depósitos, recursos em letras e dívida subordinada) influenciaram o saldo.  

A carteira de crédito totalizou R$ 31,742 bilhões em setembro, 4,1% a mais que setembro do ano passado. O volume, porém, ficou levemente menor que o do trimestre terminando em junho. A carteira de pessoa física, devido à demanda pelo consignado, e de crédito imobiliário, puxaram a conta, ante a retração de operações de pessoa jurídica, de 4,6%.

O analista-chefe da Geral Investimentos, Carlos Müller, destaca que a receita e o lucro apresentaram um bom crescimento, "superando as expectativas do mercado". A inadimplência em queda, seguindo comportamento dos grandes bancos, e a rentabilidade maior também marcaram o desempenho. Outro detalhe observado por Müller é que o crescimento da receita com tarifas foi menor que o da receita de intermediação financeira. "Acredito que isso deva se tornar uma tendência", projeta o analista da Geral.

Com o lucro em três trimestres de quase R$ 800 milhões, Müller acredita que a chance é grande que o ganho de 2018 ultrapasse os números de 2017. "Por enquanto, já temos um lucro nos nove meses do ano 48,4% maior que os nove meses do ano passado." (Fonte: Jornal do Comércio)


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