Movimento sindical rejeita proposta da Fenaban que reduz em até 48% a PLR



Em nova rodada de negociação, desta vez sobre as cláusulas econômicas, realizada ontem (18), por videoconferência, o movimento sindical bancário rejeitou na mesa a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que reduz a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) da classe.  

O Paraná esteve representado nesta reunião pelo presidente da Federação dos Bancários do Estado e do Sindicato de Cascavel, Gladir Basso, pelo vice-presidente do Sindicato de Maringá, Carlos Roberto Rodrigues, e pelo presidente do Sindicato de Ponta Grossa, Gilberto Lopez Leite, respectivamente.

Com a queda do lucro líquido dos bancos, a PLR dos bancários já teria uma redução de até 25%. A proposta da Fenaban faz essa redução chegar a até 48% (veja abaixo a tabela com as reduções da PLR por faixas salariais nos três maiores bancos privados – Bradesco, Itaú e Santander).

A redução da PLR proposta pelos bancos significaria um retrocesso aos patamares de 1995, quando a PLR foi negociada em acordo pela primeira vez.  

Para o movimento sindical, os bancos deveriam ter uma postura oposta, de compensar a redução de 25% na PLR determinada pela queda nos lucros e socorrer a categoria bancária nessa pandemia.

Veja quadro abaixo comparando a regra atual com a proposta da Fenaban:

 
REDUÇÕES NA PLR
A proposta da Fenaban reduz de 7,2% para 7% o limite mínimo de distribuição do lucro líquido no primeiro semestre em exercício. As reduções não param. A antecipação atual é de 54% do salário, mais fixo de R$ 1,474,38, com limite individual de R$ 7.909,30. Na proposta dos bancos, ficaria em 43,2% do salário, mais fixo de R$ 1.179,50, com limite individual de R$ 6.327,44.

A regra básica da PLR anual tem atualmente 90% do salário mais fixo de R$ 2.457,29, com limite individual de R$ 13.182,18. Pela proposta da Fenaban, cairia para 72% do salário mais fixo de R$ 1.965,50, com limite individual de R$ 10.545,74.

Outras perdas também foram apresentadas na reunião. O percentual da parcela adicional, por exemplo, retornaria ao patamar de 2012. Os valores fixos teriam redução de 20%, retornando ao patamar entre 2014 e 2015. O acelerador da regra básica retornaria ao patamar de 2007.

A Fenaban também faz ajustes na redação na base de cálculo para o salário base acrescido das verbas fixas de natureza salarial. A mudança, no entanto, afeta bancários de vários estados onde os bancos pagam gratificação semestral. Nesses estados, as perdas chegariam perto de 50%. Nesse caso, seria uma redução ainda maior porque os bancos já aplicam tabelas salariais diferentes nessas regiões.
 
PROPOSTA INCOMPLETA
Outro problema levantado na reunião de ontem foi o fato de a Fenaban ter apresentado apenas uma proposta incompleta diante das reivindicações da categoria. Os representantes dos bancos preferiram discutir apenas PLR, deixando de lado pontos como aumento real de salário, emprego, saúde e contratação do teletrabalho.
 
NOVA RODADA AMANHÃ  
Os representantes da Fenaban se comprometeram a apresentar o restante de suas propostas para a negociação na próxima reunião, marcada para quinta-feira (20).  
 
Tabela das reduções da PLR pela proposta da Fenaban por faixas salariais no Bradesco, Itaú e Santander)


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