Lula quer outra mulher na presidência na Caixa e PP cogita Margarete Coelho


Ex-deputada Margarete Coelho é cotada para a presidência da Caixa; ela é próxima da Arthur Lira , ela é próxima do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do dirigente nacional do partido, Ciro Nogueira (PI) (Por Matheus Piovesana, Iander Porcella e Sofia Aguiar) - foto divulgação -

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer outra mulher para a presidência da Caixa Econômica Federal (CEF) no lugar de Rita Serrano, cuja atuação tem desagradado ao governo. Diante disso, o PP estuda nomes que se encaixem nesse critério e cogita indicar para o cargo a atual diretora financeira do Sebrae, Margarete Coelho, apurou o Broadcast. Ex-deputada, ela é próxima do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do dirigente nacional do partido, Ciro Nogueira (PI).

A substituição de Rita Serrano, funcionária de carreira do banco, faz parte de uma dança das cadeiras para acomodar o Centrão. Inicialmente, o PP havia indicado para o posto Gilberto Occhi. Ex-ministro, ele também comandou a Caixa durante o governo de Michel Temer (MDB). No entanto, pessoas próximas a Lula têm feito pressão para que o posto não deixe de ser ocupado por uma mulher. Desde a posse, dizem interlocutores do petista, o governo levantou a bandeira da diversidade em cargos do alto escalão. Por isso, colocar um homem na presidência da Caixa agora poderia gerar desgaste.

Um deputado do PP disse à reportagem, sob condição de anonimato, que Margarete é “uma mulher competente e muito querida”. Um integrante da Executiva Nacional do partido afirmou que a ex-deputada, que fazia parte da “tropa de choque” de Lira na Câmara, mas não se reelegeu, é uma “excelente opção” para o comando da Caixa. Um ministro do governo, por sua vez, avaliou que o PP especula nomes para o cargo porque sabe que Lula quer uma mulher na presidência da estatal. A indicação, contudo, ainda não foi levada ao petista.

O governo tem tentado se aproximar do Centrão após uma série de reclamações dos partidos sobre a demora na liberação de emendas, a falta de nomeações de aliados para cargos regionais e até mesmo o tratamento dispensado por ministros aos parlamentares. O auge da tensão entre Executivo e Legislativo ocorreu na votação da MP da Esplanada no fim de maio, quando a Câmara cogitou derrubar a estrutura ministerial de Lula para mandar um recado de insatisfação com a articulação política.

A promessa de acomodar o Centrão no governo foi essencial, no último dia 7, para a aprovação do projeto de lei que retoma o voto de desempate a favor da Receita nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Essa proposta é uma das prioridades do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao lado da reforma tributária, também aprovada pelos deputados naquela semana.

No dia da votação do Carf, Lula telefonou para Lira e prometeu que partidos do Centrão teriam mais espaço no governo. Os indicados do grupo político que controla a Câmara para ocupar ministérios são os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), mas ainda não está definido em quais pastas eles serão alocados. O presidente estabeleceu dois critérios, tanto para reforma ministerial, quanto para a troca em órgãos como a Caixa: quer preservar aliados que não têm mandato e evitar a saída de mais mulheres, após Daniela Carneiro ser trocada por Celso Sabino no Ministério do Turismo.

Executora de programas-chave para o governo, como o Minha Casa Minha Vida, e responsável por pagar o Bolsa Família e tocar financiamentos públicos a Estados e municípios, a Caixa é vista como um agente importante do ponto de vista político, o que chama a atenção dos partidos. O banco também tem acelerado a concessão de crédito, em especial no ramo habitacional, graças a um balanço bem capitalizado.

Se confirmada, a troca será a terceira no comando da Caixa em cerca de um ano. Em junho do ano passado, no governo Bolsonaro, Pedro Guimarães deixou o comando do banco após ser alvo de denúncias de assédio sexual por funcionárias da instituição. Ele foi substituído por Daniella Marques, braço-direito do então ministro da Economia, Paulo Guedes.

Com a volta de Lula ao governo, em janeiro, Marques foi substituída por Rita Serrano, que, além de ter forte ligação com o movimento sindical, era representante dos empregados no conselho de administração da Caixa. Apesar da troca, Serrano manteve vários vice-presidentes da gestão Daniella - o que também gerou reclamações no governo. Além disso, a atual presidente do banco gerou mal-estar no governo ao anunciar a cobrança de tarifa sobre transferências no Pix feitas por pessoas jurídicas, medida que acabou suspensa por determinação de Lula. (Fonte: Estadão)

Notícias FEEB PR


COMPARTILHAR