Programa de demissão voluntária do Itaú pode atingir até 6,9 mil funcionários


Banco registrou lucro de R$ 7 bilhões no segundo trimestre, com alta de 10,2%

O Itaú Unibanco anunciou um programa de demissão voluntária (PDV) que tem o potencial de atingir até 6,9 mil dos 98,4 mil trabalhadores da instituição. Segundo o presidente do banco, Candido Bracher, essa redução do quadro está atrelada ao processo de digitalização dos serviços financeiros, que fazem o cliente demandar menos o uso de agências e atendimento pessoal.

"Não digo que é uma necessidade (de cortar vagas), mas uma oportunidade de otimizaçao do nosso quadro. Temos diversas iniciativas digitais que faz com que a necessidade de mão de obra seja menor, aí criou-se essa necessidade", disse.

Segundo ele, o PDV vai atingir funcionários com idade a partir de 55 anos e que atendam alguns requisitos específicos, como ter tido algum tipo de estabilidade. Quem se enquadrar nesses critérios irá receber um e-mail com os detalhes desse programa. "Nós miramos um público que acreditamos que pode estar mais propenso e deseje uma alteração de carreira, ou por conta da idade ou porque já está em uma situação (financeira) mais estável", disse.

No comunicado enviado aos funcionários do banco, o Itaú Unibanco afirma que o PDV tem o "objetivo de dar a oportunidade de uma transição de carreira segura para quem tem interesse em deixar a empresa e adequar nossas estruturas à realidade de mercado".

Bracher participou de teleconferência com analistas para comentar os resultados do banco no segundo trimestre do ano, divulgado na segunda-feira à noite. A instituição registrou lucro líquido recorrente (que exclui efeito extraordinários) de R$ 7,034 bilhões, uma alta de 10,2% na comparação com igual período de 2018.

A carteira de crédito do banco subiu 5,85% em 12 meses, para R$ 659,7 bilhões. Na avaliação do banco, a instituição deverá atingir ao final de dezembro um crescimento em torno de 8%, que é o piso da projeção para o ano.

O executivo avalia ainda que as reformas econômicas em curso colocam o Brasil em uma situação macroeoconômica  que nunca presenciou em sua carreira. Acrescentou ainda que as declarações do presidente Jair Bolsonaro não atrapalham o avanço dessas desses projetos.

"É uma situação macroeconômica tão boa que eu nunca vi em  minha carreira. Tem a questão fiscal, endereçada pela reforma da Previdência. Já a inflação está bem comportada e os juros estão estáveis há mais de um ano, com tendênica de queda. E não temos dependência externa já faz um tempo. E o desemprego está em 12%, o que significa que podemos crescer sem criar pressão inflacionária", disse, ao justificar o seu otimismo com a economia brasileira."

Bracher acredita que a reforma da Previdência será aprovada até setembro e que será possível avançar com medidas que simplifiquem o ambiente de negócios, como a reforma tributária.

Para o executivo, as recentes declarações de Bolsonaro não são um problema para as discussões dos temas econômicos. Nesta semana, Bolsonaro negou as investigações da Comissão da Verdade e ignorou documentos de que Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, foi morto enquanto estava sob guarda das Forças Armadas. "O avanço das reformas tem permanecido alheio às turbulências políticas", disse, ao ser questionado sobre as declarações de Bolsonaro. (Fonte: Época)


COMPARTILHAR