Queda dos juros não chega ao consumidor
Saída é só financiar em último caso. E poupar para comprar à vista
Nunca a taxa básica da economia, a Selic, esteve tão baixa (6,5%), mas isso passa despercebido quando entramos em uma loja para comprar roupas, eletroeletrônicos ou alimentos, e precisamos financiar o pagamento.
Os juros que pagamos no crediário são várias vezes maiores do que a taxa Selic, e o pior é que nos sujeitamos a isso apesar dos prejuízos ao orçamento familiar.
A taxa de inflação está baixa, e a previsão dos analistas é que feche o ano em 3,57%. Mas a taxa média de juros ficou em 33,3% em fevereiro, considerando todas as operações de crédito para pessoas físicas, como empréstimo pessoal, financiamento de carros, imóveis, cheque especial e cartão de crédito.Ao invés de concordarmos em pagar taxas escorchantes, teríamos de avaliar se não seria melhor poupar, e deixar para adquirir os produtos alguns meses adiante, à vista, com desconto.
Isso também vale para os pagamentos com cartão de crédito, cujos juros do rotativo continuam impagáveis (327,9%), mesmo com a proibição de manter essa modalidade de crédito por mais de um mês.
Tente juntar o dinheiro para pagar de uma só vez. Não adquira produtos não essenciais em várias prestações, hipertrofiadas por juros e correção.
Contratar financiamento deve ser recurso extremo e com negociação de linhas mais em conta, como o crédito consignado ou empréstimo pessoal.
Há que comparar preços e se informar sobre todos os custos embutidos no valor final do produto financiado. Não basta acrescentar os juros ao valor principal da mensalidade, sem considerar outras despesas que oneram a compra. Temos de exigir o custo efetivo total, com todos os itens que incidem no valor do crediário.
Planejar as compras pode ajudar a adquirir bons artigos, com mais qualidade e a preços bem melhores. Assim se economiza, foge dos juros extorsivos e aprende a comprar sem se deixar levar por impulso de consumo. (Fonte: Estadão)