Lucro do Itaú salta 15% e chega a R$ 7,3 bi no primeiro trimestre
Banco atribui o crescimento ao maior volume de crédito e ao mix de produtos: cheque especial, crediário e cartão de crédito ganharam espaço (Por Matheus Piovesana) - foto Paulinho Costa feebpr -
O Itaú Unibanco anunciou nesta segunda-feira, 9, os resultados financeiros do primeiro trimestre deste ano, reportando lucro líquido de R$ 7,3 bilhões, uma alta de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. A alta na margem com clientes diante de um mix de produto mais rentável fez com que o maior banco da América Latina tivesse ganhos maiores no comparativo anual. Na comparação trimestral, o lucro do Itaú subiu 2,8%.
O Itaú atribui o crescimento da margem ao maior volume de crédito e ao mix de produtos, em que cheque especial, crediário e cartão de crédito, operações mais rentáveis para o banco, ganharam espaço. Por outro lado, houve menores ganhos em produtos de crédito para pessoas físicas, efeito parcialmente compensado por um impacto positivo da alta da taxa Selic. As receitas com serviços, por sua vez, subiram 7,2% em um ano, para R$ 9,7 bilhões, puxadas pelo cartão de crédito.
A carteira de crédito do conglomerado, que inclui a operação brasileira e as de outros países da América Latina, encerrou o período em R$ 1,032 trilhão, um aumento 13,9% em 12 meses. O resultado anual foi puxado pelas operações para pessoas físicas, que saltaram 32,9%.
O patrimônio líquido do Itaú, por sua vez, foi de R$ 144,4 bilhões, alta de 2,9% em 12 meses. Com isso, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) da instituição foi de 20,4%, um aumento de 1,9% em um ano, e de 0,2 ponto porcentual em três meses.
O presidente do banco, Milton Maluhy Filho, afirmou que o Itaú continua em transformação cultural e digital, mas sem deixar de entregar resultados consistentes. "Além de todos os esforços internos para apoiar a jornada de evolução do nosso negócio, intensificamos os investimentos em aquisições e parcerias, que nos permitirão fazer essa transformação na velocidade que nossos clientes demandam e o mundo atual exige", disse ele, em nota à imprensa.
Freio em cartões de crédito
O Itaú Unibanco colocou o pé no freio nas vendas de novos cartões de crédito através dos canais digitais. De acordo com o presidente do banco, Milton Maluhy, o perfil de crédito do cliente que chega através destes meios é em geral mais arriscado, em especial em contextos econômicos mais complexos, como o atual.
"O que a gente vem fazendo desde o segundo semestre do ano passado é reduzir a quantidade de clientes adquiridos digitalmente, porque a gente vê que é um cliente de perfil mais arriscado", disse ele, durante coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco, divulgados nesta segunda-feira.
Maluhy afirmou que o Itaú tem privilegiado a venda a clientes que já estão no banco, dado que já conhece seus perfis de crédito e que o cartão é um produto de relacionamento, que ajuda a fidelizá-los à instituição. Ainda assim, tem tido cautela diante da alta dos juros, da inflação e da perda de renda da população.
"Estamos reduzindo a aquisição (de clientes) em cartões, por entender que é um produto mais volátil", acrescentou. Com cerca de 30% do mercado, o Itaú é líder em cartões no Brasil.
Funcionários x agências
O Itaú Unibanco tinha 2.834 agências físicas no Brasil em março deste ano, ou 207 a menos que no mesmo mês de 2021. Em três meses, o banco fechou as portas de 192 unidades.
Segundo o Itaú, a redução da rede física reflete a busca por maior eficiência e também a maior adoção dos canais digitais pelos clientes. O banco chegou ao final do primeiro trimestre com 315 agências digitais, aumento de 120 em um ano.
Por outro lado, o Itaú reforçou seu quadro de funcionários ao longo dos últimos meses. Em relação a março de 2021, o banco encerrou o primeiro trimestre com 3,5 mil funcionários a mais, em um total de 100,6 mil postos.
"Aumentamos a quantidade de assessores de investimento e comprometidos a acelerar nosso processo de transformação digital, fizemos contratações na área de tecnologia, que levou o nosso quadro de colaboradores a aumentar 3,6% em relação ao mesmo período do ano anterior", informou o banco. (Fonte: Estadão)
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