Lucro do Itaú chega a R$ 34 bilhões enquanto milhares são demitidos


O Itaú Unibanco obteve lucro líquido gerencial de R$ 34,513 bilhões nos nove primeiros meses de 2025, com alta de 13,1% em relação ao mesmo período de 2024 e de 3,2% ao trimestre imediatamente anterior

Em setembro de 2025, a holding Itaú Unibanco contava com 83.609 empregados no país, com fechamento de 3.254 postos de trabalho em doze meses e de 2.166 postos no trimestre.

Foram fechadas 287 agências físicas no Brasil em doze meses, enquanto o número de clientes cresceu 1,079 milhão, totalizando 100.249 milhões ao final de setembro de 2025.

“O crescimento absurdo do Itaú é resultado do esforço dos bancários e das bancárias. Nada justifica a redução de postos de trabalho e o fechamento de agências”
, afirma Valeska Pincovai, diretora-executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo e bancária do Itaú.

“O banco deveria debater o avanço da tecnologia e a utilização da IA, que está sendo aplicada em todos os setores, e buscar alternativas para preservar os empregos, ao invés de simplesmente eliminar trabalhadores, como aconteceu em setembro, quando mais de 1.100 foram demitidos sob a alegação de falta de produtividade. Esta prática demonstra o total descaso do banco com a responsabilidade social que tanto prega nas mídias”, protesta a dirigente.

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias caiu 2,3% em relação aos primeiros nove meses de 2024, totalizando R$ 35,9 bilhões ao final de setembro de 2025, enquanto as despesas de pessoal, considerando a PLR, cresceram 9,6%, somando R$ 25,2 bilhões. Assim, a cobertura destas despesas pelas receitas de serviços e tarifas foi de 142,3% no período.

“Só as tarifas arrecadadas dos clientes cobrem toda a folha de pagamento, mas o banco segue com as demissões, contribuindo para o aumento da sobrecarga de trabalho e dos adoecimentos, e piorando o atendimento à população, que paga altas tarifas e juros ao mesmo tempo em que encontra cada vez mais dificuldade para conseguir atendimento humanizado”, ressalta Valeska.

A rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE), no Brasil, foi de 23,9%, com alta de 0,6 pontos percentuais em doze meses.

De acordo com o relatório, “a margem financeira com clientes subiu 13,4%, e esse crescimento está relacionado com o maior volume de crédito, maior margem de passivos além da maior margem com capital de giro próprio”.

Destaque na receita de serviços e de seguros que tiveram crescimento de 5,3%, principalmente pelo aumento de emissão de cartões, com pagamentos e recebimentos, nos maiores ganhos na administração de recursos e em seguros.

A carteira de crédito cresceu 6,4% em doze meses, 0,9% no trimestre, atingindo R$ 1,402 trilhão. As operações com pessoas físicas (PF) no país cresceram 6,5% em doze meses, totalizando R$ 456,4 bilhões, com destaque para o crédito imobiliário (+15,2%), cartão de crédito (+6,7%) e crédito pessoal (+3,8%).

No segmento pessoa jurídica, a carteira de Grandes Empresas cresceu 9,4% em doze meses, totalizando R$ 400,2 bilhões, enquanto a carteira de micro, pequenas e médias empresas totalizaram R$ 258,9 bilhões, com alta de 7,5% no período.

A taxa de Inadimplência, para atrasos acima de 90 dias no país permaneceu estável, ficando em 1,9%. As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) cresceram 15,0% em doze meses, totalizando R$ 27,522 bilhões. (Fonte: Seeb SP)

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