Itaú Unibanco vai fechar 400 agências até o fim deste ano


Programa de demissão voluntária do banco, anunciado em setembro, teve adesão de 3,5 mil pessoas (Por João Sorima Neto)

No contínuo processo de digitalização dos bancos, o Itaú Unibanco vai fechar 400 agências até o final deste ano. Além disso, 3,5 mil funcionários da instituição aderiram ao programa de demissão voluntária anunciado em setembro.

O presidente do Itaú, Candido Bracher , disse, durante teleconferência de resultados do terceiro trimestre, que as agências fechadas estão a menos de 500 metros de outras agências e não impactam o atendimento aos clientes.

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Em relação ao programa de demissões, 50% dos funcionários que estavam elegíveis para o desligamento aderiram, gerando um efeito de R$ 2,4 bilhões nos números do banco neste trimestre, antes de impostos.

— O fechamento de agências não impacta o atendimento ao público, tanto que temos crescimento do índice de satisfação dos clientes. É claro que as agências próximas umas das outras vão se esgotando e a decisão de fechar daqui para a frente vai requerer uma análise mais profunda. Mas não digo que não vai acontecer — afirmou Bracher.

Em maio, o banco havia divulgado a previsão de fechamento de agências este ano, mas esse movimento poderia acontecer em duas etapas, com 200 pontos sendo fechados nos próximos 12 meses e as demais 200 agências encerrando suas atividades em 2020. Mas o presidente do banco afirmou que a totalidade dos fechamentos acontecerá até o final deste ano.

Em junho, o Banco do Brasil também anunciou uma reestruturação de suas agências. Embora, não esteja prevista redução de pontos de atendimento, o banco vai transformar 333 agências em postos avançados (com estrutura menor e mais barata) e 49 postos de atendimento em agências. Também serão abertas 42 agências em empresas. O objetivo, segundo a instituição, é “propiciar melhor experiência aos clientes e incrementar a eficiência operacional”.

O Bradesco também anunciou, durante apresentação de resultados do terceiro trimestre, que planeja fechar 450 agências até o fim de 2020 como forma de reduzir despesas.

- O Itaú e o Bradesco buscam ampliar o modelo digital, dado o elevado custo das agências. A margem financeira com tesouraria está apertada devido à Selic baixa e às receitas com serviços sentem os efeitos de uma maior concorrência - diz João Augusto Salles, economista especializado no setor bancário.

O Bradesco também anunciou, durante apresentação de resultados do terceiro trimestre, que planeja fechar 450 agências até o fim de 2020 como forma de reduzir despesas.

Lucro de R$ 7,1 bilhões
O banco anunciou lucro líquido de R$ 7,1 bilhões no terceiro trimestre deste ano, um crescimento de quase 11% em relação ao mesmo período do ano passado.

Entre os fatores que contribuíram para o aumento do lucro está o crescimento da carteira de crédito, que apresentou expansão de 8,3% no período, refletindo o cenário de gradual retomada da economia. O crédito a micro, pequenas e médias empresas teve expansão de 24,5%, enquanto a tomada de crédito por pessoas físicas teve aumento de quase 15%.

Bracher disse que a aprovação da reforma da Previdência já trouxe uma mudança de humor entre os investidores e o mercado. Ele afirmou que depois da aprovação, a equipe econômica do banco revisou o cenário de crescimento da economia para 2020 de cerca de 1,8% para 2,2%.

— Acreditamos que esse crescimento será mais vigoroso nos próximos anos, e não um voo de galinha. Há elementos para este crescimento ser mais prolongado — afirmou.

Em relação às operações do banco no Chile, Milton Maluhy Filho, vice-presidente executivo, e que até o ano passado estava à frente do Itaú Chile, disse que os protestos naquele país não impactaram os números do banco. Segundo ele, a estratégia de digitalização das operações permitiu que os clientes operassem pelos canais digitais, apesar de fechamento e de impacto em algumas agências.

Em relação às operações na Argentina, onde o candidato da esquerda Alberto Férnandez foi eleito, Bracher disse que o Itaú, apesar de estar há muitos anos no país vizinho, sempre teve uma operação pequena naquele devido aos altos e baixos da economia.

— Nunca nos encorajamos a crescer na Argentina por conta da alternância dos períodos de crescimento e depressão da economia. Vamos esperar e ver como as coisas vão evoluir para ver que ritmo vamos impor à nossa operação lá. Por ora, estamos olhando — disse Bracher. (Fonte: G1)


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