BB lucra mais de R$ 6,5 bi, mas fecha agências e reduz postos de trabalho



 O lucro líquido do Banco do Brasil atingiu R$ 6,66 bilhões no primeiro trimestre de 2022, aumento de 57,6% em relação ao primeiro trimestre de 2021, e de 24,4% em relação ao quarto trimestre de 2021 - foto Paulinho Costa feebpr - 

Ao final de março, o BB contava com 86.466 funcionários, com fechamento de 1.410 postos de trabalho em 12 meses, por conta dos programas de desligamento voluntário que vêm sendo implementados desde 2021. O número de agências tradicionais se reduziu em 108 unidades, totalizando 3.176 ao final do trimestre.

Por outro lado, o total de clientes (correntistas, poupadores e beneficiários do INSS) cresceu 4,6 milhões, alcançando 79,29 milhões. As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias aumentaram 9,4% em um ano, alcançando R$ 7,52 bilhões.

“Apesar do ingresso de novos funcionários por concurso, a partir de fevereiro de 2022, os números mostram que o Banco do Brasil pode e deve aumentar a quantidade de bancários a fim de atender o aumento significativo do número de clientes. Nas visitas aos locais de trabalho é evidente o aumento da sobrecarga de trabalho, do acúmulo de funções e, consequentemente, dos adoecimentos. Um processo que prejudica os trabalhadores do banco e também os clientes, que lidam com a piora do atendimento causada pelo número insuficiente de bancários; mas que beneficia os acionistas do banco, que seguem ganhando com o encolhimento da empresa, com o sofrimento de trabalhadores e com o atendimento inadequado prestado aos correntistas.” Getúlio Maciel, dirigente sindical.

As despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, totalizaram R$ 6,04 bilhões, redução de 4,2% na mesma comparação. Assim, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco aumentou para 124,5% no 1º trimestre de 2022 (+15,5 pontos percentuais em 12 meses).

“Mesmo com as despesas decorrentes dos programas de demissão voluntária [PDE –Programa de Desligamento Extraordinário e PAQ –Programa de Adequação de Quadros], a direção do Banco do Brasil vem reduzindo seus custos com pessoal. Um movimento que indica claramente o encolhimento e o sucateamento do banco. Uma estratégia para enfraquecer a empresa pública frente a concorrência privada, a fim de justificar sua privatização. Um objetivo que nunca foi segredo para a atual gestão federal, já expressada pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes”, afirma Getúlio.

As despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) cresceram 32,5%, totalizando cerca de R$ 4,51 bilhões no 1º trimestre de 2022. O índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 1,89%, redução de 0,06 pontos percentuais com relação a março de 2021, se mantendo inferior à inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (2,50%).

“Antevendo um possível aumento da inadimplência, e a fim de saciar o apetite dos acionistas, a direção do Banco do Brasil ampliou substancialmente as despesas com PDD. Provisão não significa prejuízo, termo desconhecido pela empresa, que segue lucrando à custa do seu próprio encolhimento. O Banco do Brasil é uma empresa pública centenária que presta um serviço social importantíssimo à sociedade. Por isto, deve ser defendida pela sociedade e pelos trabalhadores, que, em outubro de 2022, poderão optar por um candidato a presidente que valorize as empresas públicas e os seus trabalhadores”, finaliza Getúlio. (Fonte: Seeb SP)

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