Caixa resolveu seu problema de capital e não precisa mais de aportes’, diz presidente do banco



Após resultado do terceiro trimestre, não há mais temores de que o banco descumpra as exigências do setor bancário, afirmou Nelson de Souza. (Por Taís Laporta)

O presidente da Caixa Econômica Federal, Nelson de Souza, informou nesta quarta-feira (14) que o problema de capital do banco está resolvido e “não há mais necessidade de aportes” e devolução de dividendos para cumprir as regras do setor bancário.

O índice de Basileia da Caixa atingiu 19,8% no terceiro trimestre, um crescimento de 4,6 pontos percentuais em 12 meses. “Hoje, esse nível é o melhor de todos os grandes bancos brasileiros”, afirmou Souza. Em 2016, a Caixa havia atingido um índice de 13,54%, que subiu para 17% ao final de 2017.

Esse índice mede quanto um banco é capaz de emprestar sem comprometer seu capital. Pela regra, todos os bancos devem reservar uma parcela para cobrir o risco de perdas. O mínimo exigido no Brasil é de 11%. Ou seja, para cada R$ 100 emprestados, o banco deve ter pelo menos R$ 11 em recursos.

Entre 2016 e 2017, a Caixa passou por restrições de capital e havia temores de que não conseguiria cumprir as exigências do setor. Na época, o banco enfrentou queda na rentabilidade e chegou a negociar um empréstimo de R$ 10 bilhões junto ao FGTS.

Com ativos mais arriscados, o banco ficou mais criterioso na concessão dos financiamentos imobiliários para melhorar a qualidade de sua carteira e reduzir o perfil de risco, à medida que a recessão aumentou e foi preciso elevar provisões (reservas contra perdas).

Em 2017, a Caixa surpreendeu o mercado ao tomar uma série de medidas que restringiram o acesso aos financiamentos da casa própria, inclusive com recursos subsidiados (a juros mais baixos).

Entre as medidas, o banco chegou a adotar limites mensais para o crédito, reduziu o teto de imóveis usados para 50% e demorou a cortar os juros da casa própria em relação a outros bancos. O banco chegou a perder a liderança no crédito imobiliário com recursos da poupança.

“Havia muitas dúvidas se a Caixa conseguiria superar sua restrição de capital há dois anos, mas o banco conseguiu gerar recursos sem recorrer a capitalizações do Tesouro, só com resultados”, disse Arno Meyer, vice-presidente de finanças e controladoria da Caixa.

Em agosto, o banco anunciou a redução nas taxas de juros do crédito imobiliário com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e aumentou o percentual do valor para financiar imóveis usados.

Nesta semana, a Caixa suspendeu, por falta de recursos, a contratação de novas unidades do programa Minha Casa Minha Vida na faixa 1,5, que enquadra famílias com renda mensal de até R$ 2,6 mil.

A Caixa Econômica Federal divulgou nesta quarta-feira (14) que teve um lucro líquido de R$ 4,8 bilhões no 3º trimestre deste ano. O resultado é 122% maior que em igual período de 2017. (Fonte: G1)


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